terça-feira, 26 de março de 2013

O novo perfil dos solteiros brasileiros..


Surge uma geração de brasileiros quarentões que nunca subiram ao altar. Eles são reflexo de uma população que envelhece e adia todo o ciclo de vida.
Mulheres, atenção: segundo os demógrafos, o bordão "falta homem no mercado" está ficando ultrapassado no Brasil. Pelo menos no que diz respeito à parcela da população masculina que já cruzou a fronteira dos 40 anos. Eles que costumavam chegar a essa fase da vida casados e já com filhos, começam a ingressar no Clube dos quarentões sem nunca ter vivido uma relação amorosa sob o mesmo teto seja ela fruto de casamento ou de uma união informal. Segundo um recém concluído estudo sobre esse emergente grupo, a fatia de solteirões entre 40 e 50 anos de idade cresceu a um ritmo mais de três vezes o da população brasileira como um todo. Um espanto do ponto de vista estatístico. Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa revela ainda que, numericamente, o perfil predominante entre os quarentões é o de homens egressos dos estratos de renda mais alta e com diploma universitário. Existem 4,2 milhões de brasileiros com tais características no país. Pois foi nesse universo que o time dos solteirões subiu 66% desde 2003 - efeito de uma mudança bem maior no conjunto da população brasileira.
Isso se manifesta de forma mais acentuada entre os homens principalmente porque, ao contrário das mulheres, não recai sobre eles a premência da maternidade. Muitos dos atuais quarentões estavam completamente ábsortos na carreira num momento da vida em que os seus antecessores já constituíam família.
Tal grupo não escapa de certa cobrança por esticar os anos de solteirice. Seus pais costumam ansiar por netos. Os amigos, já casados, desejam que levem uma vida mais semelhante à deles próprios. Mas nada disso se compara nem de longe, a situação que se impunha aos solteirões de três, quatro décadas atrás. No passado recente, matrimonio e filhos eram como um carimbo que conferia ao homem respeitabilidade no trabalho e na vida social". A medida que o casamento foi deixando de ter no Brasil o peso de uma obrigação social ele começou a ser gradativamente adiado - movimento que ecoou o que já se passava nas sociedades ocidentais de modo geral. Num intervalo de apenas trinta anos, as brasileiras que subiam ao altar em média aos 22, passaram a tomar a decisão com 26. Já com os homens, o salto foi ainda maior: de 23 para 29 anos, segundo números do IBGE. Os quarentões que seguem agora solteiros estão ajudando a puxar essa media para cima.
Os demógrafos atentam para um fato curioso: eles concordam que esses brasileiros têm um impacto relevante para conferir certo equilíbrio ao chamado "mercado matrimonial". No Brasil, a partir da faixa dos 20 anos, as mulheres são, invariavelmente, maioria na população, diferença que vai se acentuando com o passar do tempo. Na busca por um par, agrava a desvantagem feminina o fato de eles começarem a considerar o casamento, tradicionalmente, mais tarde que elas. Como reflexo disso, é alta a incidência de uniões em que o homem é mais velho que a mulher. Em certo sentido, a presença dos solteiros na faixa dos 40 aos 50 anos ajuda a suavizar tal diferença numérica. Para se ter uma ideia, 30% dos quarentões ainda vivem na solteirice, caso de 25% das mulheres. Trata-se de um significativo grupo de homens que, pela primeira vez, se vê disposto a tomar parte em uma relação estável.
Até o altar, no entanto, pode-se desenrolar um vagaroso processo. Acostumados por tanto tempo a manter horários e hábitos regidos unicamente por suas necessidades, esses solteirões muitas vezes têm diûculdade em abrir espaço para alguém que estabeleça novas regras em seu território. Sinais de resistência a um compromisso mais sério são visíveis. Para abrirem mão de baladas, do apartamento que não raro vira um loft e da própria bagunça (se não caos) na qual se entendem, os quarentões impõem elevadas exigências para abandonar o celibato.
Brasileiros com esse perfil já são enquadrados por empresas de variados setores em um nicho próprio de mercado. Depois de cruzar dados da última Pesquisa de orçamentos Familiares (POF), do IBGE, deixa claras as razões. Em média, os solteiros com mais de 40 gastam o dobro com celular e quatro vezes o que despende um cidadão típico em restaurantes. Também não economizam na compra do carro nem em viagens ao exterior. Eles ajudam ainda a impulsionar segmentos já voltados para brasileiros que vivem sozinhos. Consideradas todas as faixas etárias, a proporção dos solitários mais que dobrou no Brasil da década de 90 para cá, segundo levantamento do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV). Os solteiros com mais de 40 devem logo, logo deixar o grupo. Para eles, a passagem do tempo já começa a pesar. Aproveitar como puder a solteirice, mas, envelhecer sozinho, nem pensar".
fonte:web

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