quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Síndrome de Down ainda não é um consenso

É, apesar de ser inimaginável que alguém com formação e cultura suficiente para não dizer asneiras, as diz de forma inpensada. O caso é de um dos apresentadores do programa Pretinho Básico, Marcos Piangers.

Esse cidadão, que apesar de jovem de idade, é antiquado uma barbaridade nas ideias mais do que ultrapassadas, afirmou em plena rádio, para milhões de ouvintes, os quais ele é sim formador de opinião, que as crianças com Síndrome de Down são crianças com defeito.

Me espanta tamanha mediocridade e falta de informação de alguém que vem a público se manifestar erroneamente. Sabendo disso o nosso hoje político Romário, que tem uma filha com a SD se manifestou sobre o caso. Vale a pena conferir...


 




Galera,

Recebi ao longo dos últimos dias dezenas de mensagens de pessoas indignadas com um programa de rádio da rede RBS. Um dos apresentadores do programa Pretinho Básico afirmou que “crianças com Síndrome de Down são crianças com defeito...”. Pelo que ouvi, a opinião não é compartilhada por todos os apresentadores.

As palavras deste ignorante, não posso chamá-lo de outro forma, são completamente repulsivas. Não lhe basta a ignorância, ele tem que manifestá-la num veículo de comunicação. A frase infeliz poderia ter um efeito catastrófico, se reforçasse o preconceito da sociedade e provocasse regressão no trabalho histórico de inclusão social dessas pessoas. Mas, ao contrário disso, inúmeras pessoas resolveram manifestar sua indignação. Compartilho da mesma indignação destes pais, mães, irmãos, amigos de pessoas com Síndrome de Down (SD).

Não se pode admitir que um comunicador dissemine ideias que são fruto da falta de informação. Uma criança com Síndrome de Down tem uma alteração genética, que não é considerada um “defeito”. Já disse em outras ocasiões que pessoas com SD são muito melhores que nós, que somos considerados “normais”. Isso porque eles amam incondicionalmente e são incapazes de manifestar ou formular ofensas àqueles que lhes são “diferentes”.

Como todos sabem também, a minha filha Ivy, minha princesa, me fez entrar na política. Ela é um anjo que caiu no meu colo e sou muito grato a Papai do Céu por isso. Por ela, me somei a milhões de pessoas que lutam todos os dias por respeito e inclusão de pessoas com deficiência física, intelectual e com algum tipo de doença rara. Isso, meu caro, não tem nada a ver com ser político, tem a ver com humanidade, com meu dever como cidadão, com meu amor ao próximo. Características que, infelizmente, faltam a algumas pessoas.

O mais lamentável de tudo isso é que, mesmo depois de inúmeras manifestações, o locutor do programa demorou a admitir o erro. Insistiu na afirmação e voltou a fazê-la em outra ocasião. A consciência demora a chegar para alguns, sobretudo para aqueles que, no exercício de alguma função, se julgam melhores que os outros ou inatingíveis. A popularidade insufla a arrogância, mas não é raro ver essas mesmas pessoas tropeçando no próprio ego. Podemos lembrar do caso recente de um humorista que ofendeu uma cantora grávida. E, apesar de tantas reclamações, não se desculpou. Onde anda mesmo este cara?

Por fim, soube nesta segunda-feira que o Marcos Piangers resolveu admitir o erro. Achei muito correto da parte dele, todos nós erramos, também me excedo de vez em quando, mas o importante é admitir e pedir desculpas. Bola para frente, galera. A luta continua.

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