quinta-feira, 17 de maio de 2012

Os gaúchos e a baixa no cinema nacional







Que o gaúcho é chato, bairrista, diferente de todos os povos do resto do Brasil e muuuuuuuuito exigente, isso não é novidade pra ninguém, certo? Porém em um ano que a bilheteria nacional está em baixa, foi publicada uma matéria em ZH no dia 09/05 sobre a dificuldade do cinema brasileiro, principalmente com o povo gaúcho.

Curtam a matéria!!!









O espectador de Porto Alegre tem peculiaridades que o diferenciam do frequentador de cinemas em outros Estados. Uma delas é a identificação com os filmes dos vizinhos sul-americanos.

A discussão, contudo, ocorre em um momento em que o cinema nacional como um todo não apresenta bons números.

Examinando as bilheterias nacionais neste ano e no passado, é possível discernir um perfil peculiar no cinéfilo gaúcho. No levantamento do Filme B atualizado até setembro de 2011, Porto Alegre era a única capital em que Cisne Negro, de Darren Aronofsky, e Meia-Noite em Paris, de Woody Allen, estavam entre os 10 mais vistos.

– O espectador de Porto Alegre tem perfil diferente. Não é melhor nem pior, é diferente. Talvez a equação seja que o gaúcho não esteja mais indo tanto ao cinema, mas, quando vai, mostra-se, às vezes, mais sofisticado – diz Paulo Sérgio Almeida, diretor do portal Filme B.

Filmes argentinos ou uruguaios têm apelo no circuito de arte da Capital, permanecendo em cartaz mais tempo do que nos grandes centros, mas as produções nacionais com toada de comédia de costumes não embalam tanto na bilheteria gaúcha. Até há pouco tempo, havia também a queixa recorrente de que o cinema nacional era sinônimo de sacanagem, herança da pornochanchada.

No entanto, em 2011, Bruna Surfistinha, drama de apelo erótico com a atriz global Deborah Secco, foi o filme nacional mais visto em Porto Alegre.

A discussão, contudo, não leva em conta o atual momento do cinema nacional – menos auspicioso do que há dois anos. Em 2010, em decorrência do fenômeno Tropa de Elite 2, foram vendidos 25,6 milhões de ingressos no país para filmes nacionais. Em 2011, esse número caiu para 17,8 milhões – apesar de o número geral de ingressos vendidos ter aumentado.

– Se o cinema nacional quiser reverter essa tendência, vai ter de lançar mão, ainda este ano, de alguma nova comédia de costumes com atores globais – comenta Almeida.
O que tem a tendência de não emplacar em Porto Alegre, reiniciando o ciclo.

O QUE AGRADA

Cinefilia
O circuito de salas alternativas de Porto Alegre oscila, mas garante acolhida a produções mais ambiciosas. Foi a única capital na qual Cisne Negro, de Darren Aronofsky, alcançou o top 10 em 2011. A cidade também costuma se afeiçoar, de tempos em tempos, a produções modestas e de apelo emocional, como Elza e Fred

Boa Vizinhança
Filmes argentinos e uruguaios podem não falar o mesmo idioma, mas, com certeza, falam a mesma língua dos gaúchos. Um Conto Chinês, Abutres, O Segredo dos Seus Olhos e O Banheiro do Papa fizeram carreira melhor em Porto Alegre do que no resto do Brasil. A explicação pode ser a identificação do gaúcho com os vizinhos.


O QUE DESAGRADA

Comédia besteirol
Sucessos de público nacionais do ano passado, comédias como Cilada.com e De Pernas pro Ar, sátiras apimentadas com humor carioca e atores globais, não foram tão bem em Porto Alegre. O gaúcho talvez ainda olhe para esse tipo de comédia com uma desconfiança remanescente das antigas pornochanchadas. 

Realidade nacional
Embora a existência de filmes nacionais busque retratar a realidade do Brasil, nem sempre o gaúcho está a fim de vê-la. Patinando nas bilheterias do restante do país, os recentes Heleno e Xingu estão indo bem pior no Estado. Há também certa prevenção do público em relação a temas como violência urbana e pobreza.

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