segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Prostituição à luz do dia na Capital


Hoje é o dia de falar de sexo! Mas hoje trago pra vocês uma parte não boa do sexo. Não estou aqui defendendo ou acusando quem se prostitui, mas sim as condições que levam alguém a se prostituir, entre elas o consumo de drogas, que preocupa cada vez mais.

Acho que o sexo é das melhores coisas da vida. E não me refiro só ao ato sexual em si, mas tudo o que envolve, a auto-estima melhorada, as paqueras, flertes, as transofrmações no corpo, o aumento da intimidade...É um momento maravilhoso, mas que infelizmente é muito deturpado e praticado de forma prejudicial a alguma das partes envolvidas!!!

Leiam a matéria publicada no ClicRbs e vamos refletir. De quem é a culpa? Nós enquanto cidadãos, temos algo a fazer diante desse problema?


A inocência das crianças indo para a escola passa pela mesma rua - e ao mesmo tempo - em que mulheres vendem o corpo. Quem sai para trabalhar, ir ao supermercado ou dar uma caminhada precisa desviar da zona de prostituição. Foi-se o tempo em que essa atividade só acontecia às escuras e em lugares discretos.


Porta aberta para crimes

Hoje, a oferta na Rua Sepé Tiaraju, no Bairro Santa Teresa, começa em plena luz do dia. O ponto na esquina com a Rua Engenheiro Leovegildo Paiva chega a reunir cinco mulheres nas manhãs. Vizinhos creditam à presença delas a violência que sofrem, como roubos e furtos.


Terreno baldio agrava problema

É possível vê-las abordando pedestres, chamando clientes e exibindo partes íntimas do corpo.

- Todo mundo sabe e finge que não vê - revolta-se um morador, mostrando as duas escolas que existem nas extremidades da via: João XXlll e Estadual de Ensino Fundamental Alberto Bins.

O ponto é conhecido da comunidade. Há pelo menos seis anos, jovens se agenciam, protagonizam brigas e usam drogas na Sepé Tiaraju.

A drogadição, especialmente em um terreno baldio ao lado da esquina, é vista por moradores como um motivador de furtos e roubos na região. Ao passar pela Sepé Tiaraju, é possível ver a construção improvisada de madeira que os usuários de drogas fizeram no lote.

"Fiquei sem ter o que vestir"

- Eles cheiram cola, fumam crack. Não tem hora para acontecer. Em menos de três anos, entraram cinco vezes na minha casa. Levaram todas as minhas roupas. Fiquei sem ter o que vestir. Difícil acreditar que uma coisa não está ligada à outra - afirma uma moradora.

Em tempo: se prostituir não é crime no Brasil. Não é permitida a exploração sexual a partir do ato de vender o corpo.


Falta de luz agrava situação

A falta de iluminação naquela esquina do Bairro Medianeira agrava a situação. O que acontece durante a noite acaba se repetindo à luz do sol.

Na terça-feira passada, por volta das 10h, duas jovens, uma de saia rosa e outra de short verde limão, ficaram cerca de duas horas no local, ao lado do terreno baldio.


Local acabou desvalorizado

- É difícil até frequentar a praça com meu filho. Colocaram luminária, mas duas lâmpadas estão sobre uma árvore e não iluminam nada - desabafa um comerciante, que garante ter tido seu imóvel desvalorizado em função das diversas ocorrências.

A comunidade garante que a consequência da insegurança levou ao aparecimento de inúmeras residências postas à venda e para alugar.


"Trabalhando" o tempo todo

Às 12h15min de quarta, um repórter se passou por cliente e foi abordado por uma das prostitutas:

Repórter - Quanto é o programa?
Prostituta - R$ 10 (sexo) oral, R$ 15 o programa.
Repórter - Onde?
Prostituta - No carro ou, senão, no motel.
Repórter - Quantos anos você tem?
Prostituta - 19.
Repórter - Como você vai entrar no motel? Você tem identidade?
Prostituta - Claro (ela mostra o RG, e na verdade, havia feito 20 anos em 24 de setembro).
Repórter - Então está certo. Vou voltar daqui um pouco.
Prostituta - Me dá R$ 1 para eu comer alguma coisa! Ah, tô louca de fome. Por que não quer fazer (sexo) comigo?
Repórter - Não tenho tempo agora. Você ficará aqui até que horas hoje?
Prostituta - O dia todo, a noite toda...


Cenas na esquina

Dia 3: prostituição, vaivém de jovens e brigas na Sepé Tiaraju
9h30min - Três mulheres chegam ao ponto.
10h50min - Uma moto para na frente delas e entrega um pacote a uma. Neste instante, chega outra - agora são quatro.
10h57min - Dois homens saem do terreno baldio ao lado.
10h58min - Uma jovem se junta. Sai três minutos depois.
11h02min - Um terceiro homem sobe até o terreno, enquanto a jovem de saia se oferece na esquina com a Rua Leovegildo Paiva.
12h10min - Um homem desce do terreno e pega algo da mão da jovem vestida de verde. Os dois, claramente, discutem e o homem coloca o dedo no rosto dela.


O que diz o DMLU

O espaço particular abandonado já foi alvo de reportagem do Diário Gaúcho em março deste ano. Na época, o Serviço de Fiscalização do DMLU informou que, desde 2007, vem notificando e multando a proprietária do terreno, que reside em Viamão.

Em janeiro, após terem se encerrado os prazos legais, o DMLU fez mais uma limpeza no local e aplicou uma multa de R$ 2 mil à dona.

Ontem, o Serviço de Fiscalização do órgão informou que voltou ao endereço e constatou irregularidades. A proprietária, segundo o DMLU, será notificada novamente para providenciar a limpeza.


O que diz a Brigada Militar

Comandante do Território da Paz Santa Teresa, o major José Carlos Pacheco Ferreira confirma a existência de prostitutas na Sepé Tiaraju:

- Tínhamos um número grande de menores de idade que se prostituíam. Acabamos com isso. Era uma situação muito mais crítica.

Tenente do 1º BPM, Cleide Garcia Araújo afirma que boa parte se prostitui para sustentar o vício da droga:

- Lamentamos, até porque se tem oferta, é em função da procura.

No mês passado, a implantação do Território da Paz completou um ano. Os números trazem boas notícias.

- Entre 2010 e 2011, foram presas 287 pessoas em flagrante (por vários tipos de crimes). Até setembro deste ano, foram 467. Mostra como estamos agindo na comunidade - explica o tenente.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...