Salve people...
Em rítimo de sexta-feira, posto pra vocês uma matéria que saiu hoje no Segundo Caderno de ZH e que achei bem interessante.
Trata das músicas pegajosas e que teeeeeeimam em não sair da nossa cabeça!
Quer saber por que? Leia a matéria!!!
Às vezes, ela vem de mansinho. Noutras, chega causando. Pode conquistar pela
qualidade ou vencer pelo cansaço. É inegável que tem seus encantos, mas, afinal,
o que faz uma música grudar na cabeça?
Mesmo a audição pouco atenta de sucessos recentes – Tchu Tcha Tcha,
Balada Boa (Tchê tchererê tchê tchê), Vem Dançar com Tudo (a do
"oi, oi, oi" de Avenida Brasil) – revela características recorrentes,
possivelmente responsáveis pela capacidade que canções como essas têm de, uma
vez ouvidas, ecoarem pelo resto do dia, da semana, até do mês.
Confira o que, na opinião de produtores e compositores, contribui para
uma música não sair da sua cabeça.
Ter onomatopeias
Oi-oi-ois, tchus, tchas e nananás. Expressões sem sentido, mas que acertam em
cheio algum lugar no cérebro de onde passa a ser difícil arrancá-las. Produtor
especialista em sucessos que "pegam" os jovens – de Mamonas Assassinas e Rouge a
Fresno e NX Zero –, Rick Bonadio não acredita em fórmulas e acha que a emoção é
o que conta. Porém, ele mesmo dá um exemplo de como refrãos não precisam de
significado:
– Aserejé, do Rouge, é isso: uma brincadeira com palavras que criam
uma rítmica divertida e, mesmo não fazendo sentido, se tornam como um mantra na
cabeça das pessoas.
Um bom produtor parece ser aquele que combina qualidades "grudentas".
Tchu Tcha Tcha, de João Lucas & Marcelo, pescou sua onomatopeia no
beat box – percussão feita com a boca – do funk carioca, gênero em que a música
eletrônica das baladas descoladas vem bebendo bastante.
Ir na carona
Em 2009, os então desconhecidos funkeiros cariocas do Avassaladores lançaram
um vídeo no YouTube. Sou Foda virou fenômeno, com mais de 12 milhões de
visualizações, e não demorou a virar sertanejo universitário nas vozes de Carlos
& Jader. Bingo! A mistura já tem até nome: funknejo, gênero no qual se
enquadra o batidão Tchu Tcha Tcha, de João Lucas & Marcelo. Não é
coincidência.
– Um bom produtor precisa estar antenado com a sonoridade atual – diz o
produtor e DJ Mr. Jam, que já trabalhou com gente rodada como Latino, Wanessa e
Claudia Leitte.
Ouvir o povo
Beber em expressões que estão na boca do povo é um caminho acertado para
compor uma música que grude na cabeça. Autor de hits como Paga Pau
e Meteoro – famosa na voz de Luan Santana –, o sertanejo Sorocaba,
da dupla Fernando & Sorocaba, acredita que o compositor deve estar atento
aos sinais do público.
– A expressão "As mina pira", que está bastante na moda, ficou muito
em minha cabeça. Ouvi tanto que resolvi compor uma música com esse tema, e foi
como surgiu As Mina Pira – diz ele, sobre a canção que acabou de ganhar
videoclipe. – Justamente por ser uma expressão que está na moda, a música fica
na cabeça – garante o compositor.
Dançar muuuito
O que veio primeiro, a música chiclete ou a dança coreografada? A dança é o
estágio final: não é preciso conhecê-la para que a música fique na cabeça. Mas,
depois de aprender a botar as mãos na cabeça e rebolar até o chão ao som de
Macarena, é tarde demais. A dança é um mecanismo físico pelo qual a
canção gruda nas engrenagens de seu corpo. Para colar e não mais soltar, precisa
da mistura certeira de melodia, harmonia, ritmo e letra.
– Não existe dança que salve um refrão fraco – crava o produtor Rick
Bonadio.
Estar na mídia
A ciência chama o fenômeno de "síndrome da canção empacada". A pesquisadora
especialista em psicologia da música Vicky Williamson disse, em entrevista à
rede BBC, que os elementos determinantes para que a mesma música grude na cabeça
de muitas pessoas são a exposição e a repetição. Ou seja: estar na mídia. O
compositor, produtor e músico sertanejo Sorocaba concorda:
– Músicas que estouram nas rádios ou aparecem em trilhas sonoras de novelas
sempre se tornam grandes sucessos e ficam na boca da galera.
Foi assim que o tecnobrega do Pará ganhou o país, na banda fictícia
Empreguetes, da novela Cheias de Charme, e na música-tema, Ex-Mai
Love, da paraense Gaby Amarantos.
Se os outros fatores apontados nesta reportagem são verdadeiros, mais canções
do gênero devem aparecer e grudar nos ouvidos e cabeças Brasil afora.
Como tirar uma música da cabeça?
Como tirar uma música da cabeça? Substituindo por outra. É essa a premissa do
site Desescute (www.desescute.com.br
). Basta acessá-lo para começar a ouvir o desfile de hits chiclete.
Um deles há de funcionar.
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