Achei uma matéria muito interessante e acho que pode responder a polêmica que há algum tempo vem sendo bastante comentada a respeito da palmada, pode ou não pode?
É muito importante e as causas da suposta redução de QI são bem pertinentes quando consideramos que crianças que apanham ou são constantementes castigadas acabam não desenvolvendo a capacidade de discernir quanto ao que é certo ou errado. Abaixo a matéria na íntegra!!!
No cotidiano, ao educar uma criança, pode até parecer que resolve. É uma palmada na mão, um puxão de orelha, e a criança fica mais comportada. Mas o assunto é polêmico: há mais de 20 anos a ciência estuda os efeitos dos castigos físicos, e os resultados muitas vezes indicam que apanhar só faz mal para o desenvolvimento psicológico da criança — e é bom deixar claro que não se fala aqui de espancamento, mas daquele beliscão do dia a dia.
Um estudo recentemente publicado no Canadian Medical Association Journal revisou cerca de 100 artigos sobre o assunto.
— Essas pesquisas usaram os mais diversos métodos, consideraram todas as faixas etárias e foram realizadas em países diferentes. O mais interessante é que, independentemente de qualquer uma dessas variáveis, a conclusão era sempre a mesma: a palmada faz mal ao desenvolvimento da criança em longo prazo — conta Joan Durrant, pesquisadora da Universidade de Manitoba (do Canadá) e uma das autoras do estudo.
O resultado do levantamento de Joan foi um apanhado de todos os males que os castigos físicos podem causar nos filhos. Quando crescem, por exemplo, essas crianças apresentam maior tendência a resolver seus conflitos pessoais com violência. Elas também são mais vulneráveis a vícios em drogas e álcool e a doenças psicológicas, como depressão e ansiedade. Quando se sentem amadas, esses efeitos são amenizados, mas mesmo assim persistem.
O mais inusitado dos resultados apontado pela equipe de cientistas, contudo, é a diminuição do QI (quociente de inteligência).
— Ainda não entendemos as causas exatas, mas aqueles que apanham na infância têm, em média, o QI 12 pontos abaixo daqueles de mesma faixa etária que nunca sofreram castigos corporais. Estudos recentes que escanearam os cérebros dessas pessoas mostraram, inclusive, que há mudanças físicas em sua constituição cerebral — explica Joan.
Há duas hipóteses sobre a razão para isso acontecer. Uma delas sugere que os pais que batem argumentam menos sobre as noções de certo e errado com os filhos. Assim, eles estão menos expostos a estímulos mentais. Outra defende que os hormônios do estresse, liberados no cérebro enquanto a criança apanha, alteram seu funcionamento.